A Disney poderia ser um pouco mais como a Apple.
Veja, a Disney é sensacional, e todos curtimos muito seus parques temáticos, filmes, séries e produtos.
Mas quando o assunto é inovação, a Disney é um pouco mais lenta que a Universal e, mais lenta ainda quando comparada à Apple.
E olha que a própria Apple vinha sendo criticada nos últimos anos por uma certa falta de inovação e pouca audácia em testar novas abordagens.
Mas o caso da Disney é mais grave, pois ao mesmo tempo que há pouca inovação, existe também uma certa falta de senso em relação a manter o que os fãs já curtem e não querem que deixe de existir.
Alguns exemplos:
Happily Ever After era um show bastante adorado pela grande maioria do público.
E a Disney descontinuou esse show queridinho.
Mas, digamos que tenha sido por uma boa causa.
O que seria uma boa causa?
Uma boa causa para descontinuar o Happily Ever After seria trazer algo ainda melhor, ainda mais grandioso, e ainda mais emocional.
Não foi o que aconteceu.
Outra razão seria destacar o aniversário de 50 anos do Magic Kingdom e do WDW Resort.
Não foi o que aconteceu.
O novo show Enchantment, que substituiu Happily Ever After, nem menciona o aniversário e as atrações e figuras que marcaram a história do parque.
Não há menção às atrações clássicas, não ha menção ao Mestre Walt, ao gênio Roy, ao mascote Mickey Mouse, nada disso.
A Disney poderia ser um pouco mais como a Apple com sua mentalidade de que em time que está ganhando não se mexe.
Veja o caso dos iPhones:
As mudanças são incrementais em vez de radicais.
Entra ano e sai ano e não vemos nada radical como câmeras telescópicas e telas dobráveis, a concorrência faz isso, mas não a Apple. Pelo menos não de imediato. Ela espera a concorrência servir de cobaia e, quando a tecnologia fica mais madura, ela acaba implementando o que pode realmente ser útil.
As novidades mais fortes demoram um pouco, mas elas chegam
Mas, mesmo sendo muito prudente com relação às mudanças e novidades, pode apostar que a cada 5 anos mais ou menos a Apple vem com algo novo e surpreendente, algo que a maioria dos fãs vai realmente querer comprar.
Algo que, mesmo sendo mais caro que os similares da concorrência, vai agregar em funcionalidade, design, e prazer geral ao ser utilizado.
Já a nossa querida Disney, trabalha com ciclos de mudanças muito mais longos. O que passa a ideia de lentidão em responder às demandas do mercado.
Além dessa lentidão e resistência em criar novidades, existe ainda essa tendência negativa de retirar benefícios e experiências queridinhas dos Guests.
Os dois exemplos mais atuais de experiências eliminadas são:
FastPass gratuito e o show Happily Ever After.
MAs podemos ir mais longe. Mudanças que pioram a experiência dos Guests podem formar longas listas.
Alguns exemplos de experiências e benefícios que foram eliminados pela Disney:
- Trams de estacionamento que não voltaram
- Estacionamento para hóspedes dos hotéis Disney (que já são mais caros) passou a ser pago.
- Sumiço do Disney Dining Plan.
- Festival of Fantasy Parade.
- Main Street Electrical Parade.
- Fechamento das lojas físicas Disney Store.
- E muito mais.
Nenhuma dessas modificações acima veio de forma a beneficiar e melhorar a experiência dos Guests.
Então, volto a dizer, a Disney poderia ser mais como a Apple.
Ela já é, em um quesito: os fãs das duas empresas tendem a ser mega fãs e costumam ser propagandistas gratuitos para as empresas.
Em outras palavras, as duas empresas gozam do benefício de terem influenciadores gratuitos à beça.
Melhorias incrementais
Mas a Disney poderia se inspirar mais na Apple também no quesito de implementar melhorias incrementais anuais, por exemplo.
Não passa um ano sequer sem que a Apple traga alguma novidade, mesmo que pequena, em sua linha de produtos e serviços.
Ciclos de inovação mais curtos e rápidos
A Disney poderia se inspirar na Apple com relação ao ciclo de novidades maiores.
A cada 5 anos, mais ou menos, a Apple traz uma novidade grande ao mercado, algo que rouba a cena pois todos ficam babando e querendo ter um o mais rápido possível.
Valorizar a experiência presencial em lojas físicas
A Disney poderia ser mais como a Apple no quesito de valorizar o varejo físico com lojas próprias e funcionários super treinados e amigáveis não para vender equipamentos, mas sim para encaminhar os clientes e potenciais clientes na jornada de relacionamento com a marca.
Enquanto a Disney fecha suas lojas físicas com o argumento fraco de mudar o foco para a sua presença online, a Apple segue firme com suas lojas físicas e, paralelamente, forte também com sua presença online tanto para vendas, quanto para treinamento de seus clientes para que possam tirar o maior proveito possível de seus equipamentos, quanto também para a venda online.
Saber voltar atrás de decisões equivocadas
A Disney poderia ser mais como a Apple no quesito de saber voltar atrás quando comprovadamente errada.
A Apple acabou de lançar os novos MacBook Pros que, como ‘novidade’, trazem de volta as queridas portas que haviam sido retiradas alguns anos atrás.
Na mudança anterior, que enfureceu muitos usuários, a Apple resolveu matar todas as portas e deixar somente as versáteis portas USB-C. Por elas era possível conectar todos os tipos de periféricos e, inclusive, carregar a bateria.
Porém, a maioria absoluta dos usuários precisava ainda de portas como HDMI, SD Card e USB-A.
Valorizar clientes que reclamam
Os clientes seguiram reclamando por anos (direito de todo cliente, não é verdade) e, agora, a Apple aceita que fez uma mudança ruim, e traz de volta as queridas e necessárias portas que havia retirado na busca de minimalismo e design sem igual.
Quando vamos ver nossa querida Disney voltando atrás em decisões ruins?
Será que existe chance de algo assim acontecer e termos de volta experiências e benefícios que a Disney decidiu, por alguma razão, eliminar?
Considerações Finais
Pois é, amigos, a Disney poderia ser mais como a Apple em alguns quesitos, não é verdade?
Você acha que existe alguma chance de isso acontecer? De a Disney cair na real e trazer experiências e benefícios eliminados de volta?
Você acha que existe alguma chance de a Disney decidir se arriscar um pouco mais e diminuir o tempo de seu ciclo de novidades importantes?
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